quarta-feira, 7 de abril de 2010

A não violência na educação


"O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do MK Institute, contou a seguinte história sobre a vida sem violência, na forma da habilidade de seus pais, em uma palestra proferida em junho de 2002, na Universidade de Porto Rico.

Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô havia fundado, e que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul.
Vivíamos no interior, em meio aos canaviais, e não tínhamos vizinhos; por isso minhas irmãs e eu sempre ficávamos entusiasmados com possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema.

Certo dia meu pai me pediu que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade. Como íamos até a cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos o dia todo, meu pai me pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.
Quando me despedi de meu pai ele me disse: "Nós nos encontraremos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos".
Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto com o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora.
Quando me dei conta eram 17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meu pai. Eram quase 18 horas.

Ele me perguntou ansioso: "Por que chegou tão tarde?" Eu me sentia mal pelo ocorrido, e não tive coragem de dizer que estava vendo um filme de John Wayne. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar.

O que eu não sabia era que ele já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que eu estava mentindo, me disse: "Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso."

Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação. Não pude deixá-lo sozinho... Guiei por 5 horas e meia atrás dele...
Vendo meu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que eu havia dito.

Decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: "Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.

"Este é o poder da vida sem violência".

Acid
(texto retirado daqui)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ser-se mãe


Há aproximadamente 3 anos atrás nasci como mãe.
Mal podia imaginar o quanto esse momento seria tão profundamente transformador...

Nesse momento renasci.
Recriei-me.
E esse processo nunca mais cessou.
Acredito que esse é um parto que me acompanhará vida fora.
Enquanto cresce este ser que ajudei a trazer ao mundo, cresço eu também.
Fora... dentro... para cima.

E desse processo nasce também este blog, que abraçarei com amor enquanto assim o sentir.
Neste espaço que desejo que seja de partilha, deixarei a minha perspectiva, que é e será sempre, apenas a minha perspectiva.

Espero que seja útil a alguns!
Lancemos as sementes, a natureza encarrega-se de fazer o resto ;O)

Até já!

Cris